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Comunicação ou morte!

  • Foto do escritor: Christiane Romano
    Christiane Romano
  • 13 de set. de 2023
  • 2 min de leitura

Não eram apenas as tarefas domésticas que a deixava irrita, mas as horas que lhe estavam sendo tiradas com tais atividades; o descaso com o que era importante para ela, seus estudos, seus sonhos não realizados. Bem que ela poderia cozinhar para ele todos os dias, já que é ele quem agora paga todas as contas da casa, mas ela achava absurdo e injusto ser a única a cozinhar se ambos iriam comer. “Por que ele não pode me ajudar?”, dizia ela. “Eu acabaria bem mais rápido e poderia voltar para os meus livros”.


E assim começava o ciclo de reclamações, cobranças, brigas, que nada tinham a ver com aquele relacionamento leve da época do namoro, segundo o marido. Os “padrões elevados” da esposa foram a justificativa para que ele decidisse que não queria mais estar casado, decisão que se confundiu com um suposto sentimento que passou a alimentar por uma amiga virtual, a qual, segundo ele, o compreendia, conjugava dos mesmos sonhos e ideias sobre mundo.


Casos como esse em que o diálogo não mais se estabelecesse entre o casal, em que as expectativas são mal comunicadas ou mesmo ocultadas por falas ásperas, não são incomuns, eu diria até mesmo que estão entre as principais queixas nos consultórios de terapeutas de casal.


Alguém poderia se arriscar a dizer que questões como essas são menores e fáceis de lidar, que casos de traição ou de doença de um dos cônjuges sim são grandes desafios para terapeutas. Infelizmente, tenho que discordar. Não que um evento como a perda de um filho, adultério não sejam graves, mas nada é mais corrosivo para um casamento do que a falta de diálogo e a presença de sentimentos não comunicados. Esses são como um silencioso câncer, que quando passa a apresentar sintomas, requer medidas drásticas que podem equivaler à amputação de membro, ou um longo processo de quimio/radioterapia. A gravidade deste mal é proporcional ao tempo em que ele se instalou no sistema, nesse caso, no casamento. Mas, embora, possa levar muito tempo e ser dolorido para o casal, sempre há possibilidade de cura. Um relacionamento só caminhará para a morte se, ainda que tarde, nada for feito.



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