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A DEPRESSÃO COMO MEIO PARA A UMA VIDA MAIS AUTÊNTICA

  • Foto do escritor: Christiane Romano
    Christiane Romano
  • 9 de nov. de 2023
  • 2 min de leitura

Os habitantes do pântano são a solidão, a perda, o desgosto, a dúvida, a depressão, o desespero, a ansiedade, a culpa e a traição, para os iniciantes. Porém, felizmente, o ego não é o comandante todo-poderoso que supõe ser. A psique tem um propósito que está além dos poderes do controle consciente, e nossa tarefa é transpor esses estados e descobrir o seu significado.


A Passagem do Meio - James Hollis



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A lente pela qual vemos a nossa vida determina e muito o destino que damos a ela. No início da nossa existência, é a visão dos nossos antepassados, bem como a cultura em que estamos inseridos, que determinam como significamos o mundo, a medida em que vamos nos diferenciando desses conceitos herdados, refinamos o nosso olhar e começamos uma jornada interior que nos leva a ressignificar as experiências de acordo com o que entendemos fazer particularmente mais sentido para nós. Esse processo exige, portanto, o abandono de padrões cristalizados e quase sempre a morte de um falso eu que foi utilizado até então pelo indivíduo para ser no mundo. Embora esse processo, que foi denominado por Carl Gustav Jung como “individuação” culmine em uma vida mais autêntica, ele não ocorre sem sofrimento ou abalos à consciência até então obscurecida. Muitas vezes, o que antecede essa transformação é uma forte crise depressiva, uma falta de sentido, uma melancolia paralisante. Segundo Jung:


Os transtornos mentais, mais claramente a depressão, para a Psicologia Analítica, surgem enquanto tentativa de autorregulação psíquica sendo que a “busca de si mesmo, o encontro com o inconsciente e com as imagens da depressão são essenciais para o desenvolvimento pessoal” (PURCOTES, 2012, p. 618).



O processo de análise individual pode auxiliar o paciente tanto na elaboração do luto pela morte de sua personalidade provisória, que, segundo HOLLIS, 1995, consiste em “uma série de estratégias escolhidas pela frágil criança para lidar com a angústia existencial”, quanto na busca por sua verdade pessoal, por sua essência, pela transformação que o libertará para ser quem realmente é.


Reconhecer a inevitabilidade da mudança, e seguir seu fluxo, é uma sabedoria sutil e necessária, mas a nossa tendência natural é resistir à destruição daquilo que conseguimos realizar. (HOLLIS, 1995, p. 31).


 
 
 

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